Se fosse o roteiro de um filme tragicômico, o jogo de ontem entre Ceará e Figueirense (associado ao que aconteceu em Minas Gerais) seria indicado ao Oscar. Nem o mais pessimista torcedor alvinegro poderia imaginar que, uma semana depois de conquistarmos um ponto suado contra o Atlético Mineiro, fora de nossos domínios e com dois jogadores a menos, entregaríamos dois pontos para o Figueirense, com dois jogadores a mais e dentro da nossa casa. A torcida fez a parte dela e compareceu em peso. Pelo início da partida, parecia que o time corresponderia à presença e apoio da massa com gols e vitória. Thiago Humberto, ao receber passe de Washington, bateu bonito, mas a bola beliscou o poste esquerdo do goleiro
Veio o segundo tempo e parece que o Ceará esqueceu o futebol no vestiário. Com alguns jogadores aparentemente cansados (leia-se Felipe Azevedo) o Mais Querido teve poucas chances de mudar o placar. Numa delas, o próprio Felipe Azevedo recebeu bola de contra ataque na direita e com Osvaldo e Washington dentro da área esperando cruzamento, preferiu bater direto pro gol, num chute torto e sem perigo algum, que se perdeu pela linha de fundo. As coisas começaram a melhorar pro Ceará quando Maicon, do Figueira, recebeu o segundo cartão amarelo e foi expulso. Logo depois, foi a vez de Bruno, por simular um pênalti, ir para o chuveiro mais cedo. Com dois jogadores a mais, com muito mais espaço para trabalhar a bola e para jogar, o Ceará não mudou muita coisa do quadro da partida; continuou com afobamentos, chutes precipitados e jogadas "sem inteligência" . Resultado: o Figueirense, time frio e que mesmo com dois a menos manteve-se lúcido em campo, não teve muito trabalho para cadenciar o jogo e deixar o tempo passar para garantir o empate. E olha que no final o lateral esquerdo Juninho recebeu um primor de passe e quase dá ao Vozão um castigo maior do que o recebido. No jogo em que o Ceará viveu seu "Dia de Atlético", dois importantíssimos pontos foram desperdiçados e a torcida não poupou vaias à equipe. Agora é procurar corrigir os erros, sacudir a poeira e partir pra Minas Gerais, onde enfrentaremos o lanterna América. Mas, por favor, sem vacilos e sem a velha mania de ressuscitar defuntos.
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