segunda-feira, 12 de setembro de 2011

À beira do abismo



Para quem, há bem pouco tempo, estava em oitavo lugar no Brasileirão, praticamente garantido na Sulamericana e paquerando uma vaga na Libertadores, um 15º lugar a 3 pontos da zona de degola é motivo para, no mínimo, uma série de reflexões importantes.

A primeira delas é sobre a queda do técnico Vágner Mancini: merecia o treinador ter sido demitido neste momento? Na minha modesta opinião, apesar de ele ser o menos culpado por tudo isso que vem acontecendo, merecia sim. Não pelo jogo de ontem, mas sim pelo conjunto completo da obra. O time precisa de sangue novo, motivação, alguém para dar a este elenco a sacudida que Mancini não mais conseguia dar. O presidente Evandro foi, ao meu ver, perfeito: quando todos pediam a cabeça de Mancini, no jogo passado, ele preferiu esperar, conversou e cobrou atletas e comissão técnica, pedindo mais garra, sangue no olho. Deu  ao treinador um cenário ideal para a retomada: um jogo dentro de casa e contra um adversário de nível parelho ao nosso. Não deu certo. E, já que não deu certo, não adiantava insistir. Boa sorte ao Mancini, que, ao que me parece, tem um caráter irrepreensível, mas que aqui no Ceará já não fazia os atletas assimilarem sua filosofia. 


E contratações? Em quais  setores o time precisa mais? Um meia é indiscutível, pois o melhor que temos, Thiago Humberto, é inconstante e insuficiente para dar um toque de qualidade ao nosso meio campo. Um lateral direito, posição escassa no futebol brasileiro. Boiadeiro vem quebrando a bola e o Patrick não acrescenta em nada quando entra. A situação nesse setor é tão feia que João Marcos, volante, quando entra na posição, dá um banho nos laterais "de ofício". Mais um zagueiro, pois Cléber, Ânderson Luis e Erivélton passam longe de serem jogadores a nível de uma Série A. O ponto positivo desta posição foi a boa estreia de Thiago Matias ontem. 

Outro ponto que, para mim, é o mais importante a se discutir:  este cansaço absurdo que o time vem demonstrando em campo, sobretudo no segundo tempo.Um excesso de carga que já levou vários jogadores a se lesionarem. Ora, o que realmente está acontecendo em Porangabuçu? Excesso de jogos? E o Ceará é o único que está enfrentando essa maratona? Os outros 19 clubes jogam de 15 em 15 dias? Hora do departamento físico do clube assumir sua culpa no cartório. Que tipo de preparação vem sendo feita? Que tipo de planejamento? Cansaço é justificável, a maratona é severa, mas, e por que nos outros 19 clubes as consequências disto não aparecem de forma tão trágica como aparecem no Ceará? Muitas perguntas, pouquíssimas respostas.

Ah, e para encerrar, um recadinho curto e grosso a alguns dos jogadores "cansados": façam também a sua parte, caros atletas. Nunca fui de reparar em vida extra campo de jogador, tampouco sou leviano de fazer acusações com base no "ouvi falar" (falo do que eu já vi, e mais de uma vez), mas, já que alguns de vocês andam tão cansadinhos, e este cansaço se reflete tanto em campo, que tal procurar o descanso em vez de passar madrugadas e mais madrugadas nos "Engarrafamentos", "Fiteiros", "Terraços" e "Botecos" da vida. Podem até não beber, ficar só na água e no refrigerante, mas noites mal dormidas e madrugadas "festivas" em excesso também atrapalham o desempenho dentro de campo. Portanto, mais descanso e menos "comemorações". Até porque o momento atual não os permite comemorar muita coisa não.

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