quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Derrota vergonhosa e sinal de alerta ligado



Quando olhei a tabela do Brasileirão e vi os últimos seis adversários do Ceará no 1º turno, imediatamente  reputei Avaí e Bahia como dois jogos  que sequer poderíamos empatar; tínhamos de vencer e faturar os seis
pontos. Os outros quatro, Santos, Corinthians e Cruzeiro (fora) e Grêmio (PV), são jogos de extrema dificuldade e derrotas ou empates não seriam resultados surpreendentes. Desde que, repito, vencêssemos Avaí e Bahia.

Mas, jogando um futebol medíocre e aceitando passivamente o resultado desfavorável, o Ceará conseguiu ser goleado dentro de casa pelo Avaí. Foi medonha, de doer a vista, a atuação do time alvinegro ontem. Começou levando perigo ao gol avaiano em alguns momentos, mas, logo depois o Avaí também passou a assustar, principalmente explorando o lado do Edmilson, que ontem chegou a dar dó: totalmente sem ritmo de jogo e uma "mina" para o time catarinense. E foi  num passe errado dele que William foi lançado e bateu na saída de Diego, marcando o primeiro gol do time visitante.

A partir daí, o que mais me irritou foi a passividade do Ceará no jogo. Parecia que estávamos ganhando de 3x0: toques displicentes, jogadas despretensiosas, falta de garra, de gana dentro do campo. Nem de longe lembrou aquele Ceará de uma semana atrás, que mordeu, mordeu, até virar o jogo contra o Atlético-PR.

Na segunda etapa, Mancini sacou o sonolento Thiago Humberto e colocou Enrico, que, até agora, não justificou em nada sua contratação. Sacou também Edmilson, pondo em seu lugar Felipe Azevedo. Azevedo até que tornou o Ceará mais ofensivo e, junto de Osvaldo, um dos poucos que escaparam na partida de ontem, passou a levar mais perigo à meta do goleiro do Avaí. Mas quando o Ceará, mesmo que desordenadamente, dava mostras de que estava melhorando, Vicente recebeu o segundo amarelo e foi expulso, deixando  a equipe com um a menos. O treinador alvinegro ainda colocou Rudnei no lugar de Boiadeiro, que mais uma vez, não jogou nada. De nada adiantou. O Avaí, aproveitando nosso momento ruim,  fez 2x0 com Rafael Coelho e marcou o terceiro em chute do meio da rua , que Diego, na minha opinião, aceitou. Fim de jogo, 3x0. Goleado dentro de casa e por um time do Z-4. E que Deus nos ajude para que não saiamos muito feridos das próximas batalhas que virão agora.


Edmilson: Este é um caso à parte a ser analisado. Muita gente criticou o Mancini por ter escalado o Edmilson e não Rudnei, que era incoerência do treinador e por aí vai... Discordo de quem pensa assim. Edmilson, ex-volante e agora zagueiro,  seria, em tese, o atleta ideal para substituir o Heleno, que atua no time do Ceará como uma espécie de terceiro zagueiro,  fazendo, em alguns momentos, a função de primeiro volante. Ora, quem no elenco do Ceará tem esta mesma característica? O Edmilson. O Rudnei não é um primeiro volante, tampouco tem características de terceiro zagueiro. Vinha entrando em vários jogos do Ceará, mas sempre como um volante que sai para o jogo ou até mesmo como um meia. E, ontem, na minha opinião, não era o jogador que o Mancini precisava para fechar a zaga do time. Para mim o grande erro do nosso técnico não foi na partida contra o Avaí, mas sim nos jogos anteriores: não ter colocado, pelo menos por alguns minutos, o Edmilson em outras partidas, para que ele pudesse ir adquirindo ritmo de jogo (numa partida como aquela contra o América-MG, por exemplo). Assim, quando fosse necessária sua entrada, ele estaria mais ambientado. Ao meu ver, a justificativa para a pífia atuação do pentacampeão mundial foi a total e visível falta de ritmo de jogo.

Complicou: Nossas próximas partidas pela Série A serão verdadeiras pedreiras: Santos e Corinthians (fora), Grêmio (casa), Cruzeiro (fora) e Bahia (casa). Por este motivo, é de se lamentar e muito a perda dos preciosos 3 pontos de ontem. Não tenho bola de cristal nem sou adepto de previsões, mas é fácil concluir que, se o Ceará quiser arrancar alguns pontinhos destes próximos compromissos e se manter longe da zona de rebaixamento, vai ter que jogar muito, mas muito mais do que essa bolinha que apresentou nos dois últimos jogos. 

Santos: Nosso próximo adversário parece ainda estar entorpecido pela conquista da Libertadores da América: vem de três derrotas seguidas e nos enfrentará sem Neymar e Léo, punidos com o terceiro amarelo. Seu grande jogador, o meia Paulo Henrique Ganso, continua sem jogar um bom futebol depois que voltou da Copa América. Mas isso não nos serve de grande alento, não: time ainda tem jogadores diferenciados, como Arouca, Ibson e Borges, que, num minuto de cochilo, podem definir uma partida. jogo complicadíssimo.

Misto? Pergunta que não quer calar: no caso de mais um revés no jogo de domingo e com nossa equipe visivelmente cansada, o técnico Vágner Mancini poupará alguns jogadores na partida de quarta-feira, contra o São Paulo, pela Copa Sulamericana? Será que vale a pena colocar o time titular, que vem desgastado com a maratona de jogos, às vésperas de encararmos uma sequência de pedreiras pelo brasileirão? Na minha humilde opinião, não vale apena, não.

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